6.5 - Hebreus; Fenícios; Persas.
A Palestina é uma terra formada por uma faixa de terra cercada pela Síria, pela Fenícia e pelo deserto da Arábia. A região é descrita pela Bíblia como uma terra fértil escolhida por Deus para fixar Abraão e sua tribo. A seguir vamos estudar os três povos da Antiguidade Oriental que ocuparam a região da Palestina: hebreus, persas e fenícios. Perceberemos como os hebreus, mesmo não constituindo um império e tendo uma história marcada por perseguições, preservaram sua unidade cultural; de que modo os fenícios tornaram-se grandes marinheiros e comerciantes; e como os persas conquistaram e organizaram um dos maiores impérios do mundo antigo.
HEBREUS
A história do povo hebreu é profundamente marcada por migrações, perseguições, fugas e lutas. Apesar dessa condição e de não terem construído um império, o os hebreus conseguiram conservar sua cultura. A principal herança transmitida pelos hebreus à humanidade é o culto a um único deus, isto é, o monoteísmo.[1] A principal fonte para estudarmos e conhecermos a história dos hebreus é o Antigo Testamento da Bíblia. [2] A história política dos hebreus é dividida em três grandes períodos: governo dos patriarcas, governo dos juízes e governo dos reis.
Governo dos Patriarcas
Durante muito tempo viveram na Palestina dedicando-se a agricultura e ao pastoreio, até que, por volta de 1800, depois de um período de seca e fome, foram obrigados a migrar para o Egito, na época dominado pelos hicsos. Enquanto os hicsos controlaram a região os hebreus viveram em liberdade no Egito, porém, após esses terem sido derrotados pelos egípcios, foram escravizados pelo faraó que acusava o povo hebreu de ter colaborado com os invasores. De acordo com a Bíblia, depois de mais de trezentos anos sendo escravizados pelos egípcios, Moisés recebeu de Deus a missão de libertar o povo hebreu e reconduzi-lo à Terra Prometida.
Governo dos Juízes
Ao chegarem à Palestina os hebreus tiveram que lutar contra os cananeus e, posteriormente, contra os filisteus, povos que ocupavam a região. Como os hebreus nessa época estavam divididos em doze tribos, os hebreus escolheram os juízes, chefes políticos, militares e religiosos, para comandá-los. Josué, sucessor de Moisés, foi o primeiro juiz hebreu e iniciou a luta pela reconquista da Palestina. Depois de Josué, se destacaram Sansão e Samuel.
As lutas duraram quase dois séculos e, apesar da vitória sobre os cananeus, os hebreus enfrentavam inúmeros problemas sociais. Para solucionar esses problemas, os resolveram adotar a monarquia e centralizar o poder para enfrentar os filisteus. No ano de 1020 a. C, Samuel convocou a Assembleia que escolheu o primeiro rei.
Governo dos reis
O primeiro rei dos Hebreus, que passou a comandar todas as tribos, foi Saul. Davi, filho e sucessor de Saul, derrotou definitivamente os filisteus, completou a conquista da Palestina e transformou a cidade de Jerusalém em capital política e religiosa do reino hebreu. Após a morte de Davi, seu filho, Salomão, ocupou o trono e completou a organização da monarquia, tornando-se o rei mais importante dos hebreus. Salomão fez um acordo de paz com o Egito, intensificou o comércio com outros povos, principalmente com os fenícios, reforçou o exército e concluiu a construção do templo de Jerusalém, iniciada no reinado de Davi. Ao mesmo tempo, para sustentar o luxo da corte, Salomão aumentou a cobrança de impostos sobre o povo.
FENÍCIOS
Assim como os hebreus, os fenícios também habitavam a Palestina. Ocupavam uma estreita faixa de terra situada entre as montanhas do atual Líbano e o Mar Mediterrâneo.(área de cerca de 200 km de comprimento e 40 km de largura). Apesar de aproveitarem as áreas férteis de seu território para a criação de gado e plantio de trigo e videiras, a região não favorecia o desenvolvimento da agricultura.
As montanhas, apesar de servirem como uma espécie de barreira natural, que protegia a civilização fenícia contra possíveis ataques de povos vizinhos, dificultavam, ao mesmo tempo, a expansão dos fenícios em direção ao continente. Com poucas terras próprias para o cultivo e com poucas chances de ampliar seu território, a melhor alternativa encontrada pelos fenícios foi aproveitar o litoral e a existência de bons portos naturais. Essas condições geográficas e a mais a grande quantidade de madeira apropriada para a construção de navios, permitiram que os fenícios se dedicassem a navegação marítima e ao comércio. Com grandes e resistentes embarcações, os fenícios especializaram-se na navegação marítima e foram, pouco a pouco, intensificando as relações comercias com outros povos.
Além da construção naval, os fenícios tiveram também grande destaque no artesanato produzindo cerâmica, vidro, tecidos, tapetes, joias, perfumes, armas e especialmente um corante para tingir tecidos. Com essa grande variedade de produtos, os fenícios expandiram suas relações comerciais e fundaram na extensão do Mar Mediterrâneo inúmeras colônias que serviam como entrepostos comerciais. Entre as colônias mais importantes estão Cartago, na África, e Cádiz, na Península Ibérica.
Os fenícios não mantinham um governo centralizado, ou seja, não formaram um Estado unificado. A Fenícia era formada por várias cidades independentes, cada uma possuindo um governo próprio e um rei que passava seu poder hereditariamente e tinha seu poder limitado por um conselho formado pelos comerciantes mais ricos. Entre as principais cidades fenícias destacamos:Ugarit, Biblos, Sídon e Tiros. Essas cidades disputavam o controle das melhores rotas comercias e dos mercados mais distantes, porém, nenhuma delas conseguiu obter a hegemonia sobre as demais e tornar-se uma potência militar. A partir do século VIII a. C, os fenícios foram dominados por outros povos. Em 322 a.C a Fenícia foi totalmente conquistada pelo imperador da Macedônia, Alexandre Magno.
PERSAS
A administração do grande império
Os persas ocuparam o planalto do atual Irã, uma região montanhosa, rodeada por desertos e com poucas planícies. Por volta de 1500 a.C essa região era ocupada por diversas tribos e entre essas tribos se destacavam os medos e os persas. Até o século VII a.C os medos dominavam os persas, porém, em 550 a.C, comandados por Ciro, os persas derrotaram os medos e unificaram todos os povos da região.
A monarquia persa era hereditária e o rei podia escolher como herdeiro qualquer um dos seus filhos. Os reis eram considerados representantes dos deuses e, apesar de terem plenos poderes sobre seus súditos, consultavam um grupo de ministros. Ciro, e seus sucessores, Cambises e Dario I, conquistaram egípcios, hebreus, fenícios, assírios e babilônios, constituindo um dos maiores impérios da Antiguidade, com aproximadamente 5 milhões de Km². Diferente de outros, os persas procuravam ser tolerantes com os povos que eram vencidos e dominados, aceitando os costumes, os deuses e as culturas locais. Somente os gregos conseguiram dominar o poderoso Império Persa.
A administração do grande império
A ampliação do império fez com que os Persas passassem a se preocupar com a administração. Para controlar um império formado por povos de origem, língua, costumes e religiões muito diferentes e acalmar as constantes revoltas, Dario I dividiu o imenso território em vinte províncias, chamadas de satrapias, e nomeou, para cada uma delas, um administrador que eram chamados de sátrapas. Cada governador de província tinha a missão de cobrar e recolher impostos, fazer a justiça, supervisionar as obras públicas e organizar os exércitos.
Cada satrapia tinha que contribuir com o governo central pagando tributos com metais preciosos, mas também entregando cavalos, gado e alimentos. Desse modo, o Império Persa era não só o maior em existência mas também o mais bem organizado. Os persas tiveram diversas capitais: Susa, Ecbátana, Babilônia, Persépolis e a antiga Pasárgada.
Temendo ser traído e precavido contra o excesso do poder desses administradores, o rei enviava para cada uma das províncias pessoas de sua confiança que eram encarregadas de fiscalizar os sátrapas. Esses inspetores ficaram conhecidos como “olhos e ouvidos do rei.” Para garantir a unidade do grande império, Dario aperfeiçoou os transportes e as comunicações ordenando a construção de uma grande rede de estradas e desenvolvendo um interessante sistema de correios. Para garantir a unidade do grande império, Dario aperfeiçoou os transportes e as comunicações ordenando a construção de uma grande rede de estradas e desenvolvendo um interessante sistema de correios. Para facilitar o comércio Dario estabeleceu uma moeda única (darico) e adotou uma língua oficial (aramaico) que deveria ser utilizada por todos os funcionários do governo. Em cada região havia também normas locais que eram registradas em escrita.
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